Chegar a um supermercado e ir escolher um sumo, é uma tarefa relativamente fácil quando estamos no mercado doméstico. Já experimentámos quase todos os sumos na prateleira ao longo de décadas, conhecemos as marcas, os jingles, os diferentes logótipos ao longo dos anos, sabemos quais são as históricas das marcas, quais foram as que marcaram a nossa juventude, as que são novidades no mercado, as que são marca branca mas boas na mesma, as que são light, as que dizem que são light mas não, sabemos quais são as favoritas da criançada e as que fazem as delicias em festas de anos. Inclusive conhecemos os CEO’s de algumas destas marcas.
Quem fala em sumos, fala noutra coisa qualquer, mas foi exactamente quando dei por mim na prateleira dos sumos no supermercado com a tarefa de escolher, que me apercebi de uma nova realidade: sou uma mente pura e límpida no que toca à influência do marketing e publicidade de praticamente todas as marcas holandesas.
Obviamente que há as marcas globais, e a essas não escapamos às ideias construídas que temos. Mas nalguns casos, como os sumos naturais, não há muitas marcas reconhecidas da terra natal.
E apercebi-me que esse momento em que estamos pela primeira vez, a olhar para uma estante de um supermercado, com os olhos puros e limpos de qualquer tipo de influência anterior, é na realidade um momento de ouro. É possível perceber quais são os nossos principais motores de escolha no ponto de venda, sem qualquer tipo de influência. No fundo, só temos 2 factores: o design da embalagem e o preço. É que para mais ajuda, eu ainda nem percebo o que está escrito na embalagem – o slogan, a mensagem, o nome, nada disso me diz nada!
E aí é engraçado perceber que estamos genericamente à procura da embalagem que achamos mais bonita, mais apelativa e que grite qualidade. Depois vamos ver se o preço não é escandaloso, e lá a levamos para casa.
Assim, ocorreu-me que todos os expatriados ou visitantes de um País, são na realidade ouro para os designers de embalagens ou packaging, porque podem dar uma opinião sincera e não enviesada com a sua escolha. Os seus inputs são valiosos para melhorar o design, e por isso acho que vou propor que me paguem para próxima quando for ao supermercado!
Post curioso, o grande consumo é fascinante. Sumos, bolachas e iogurtes devem ser os sectores mais interessantes dado terem variedade e marcas nacionais. O tipo de abertura também n influenciou a escolha?
Olá José!
Na realidade nunca pensei na questão abertura…e acho que isso aconteceu porque todos os pacotes têm a mesma abertura! :D não tenho a certeza, mas diria que da minha impressão geral que é praticamente a mesma! É curioso falares dos iogurtes, porque esse foi outro problema! Tive que me habituar a um packaging completamente diferente…não têm iogurtes individuais pequenos como nós, mas pacotes grandes que se parecem com os do leite!
Parece-me inteiramente verdade. Já passei pelo mesmo. Muito curioso e verdadeiro…
é por essas e por outras que eu nunca passo menos de 1 hora no supermercado em França… desde a padaria (que baguete escolher), aos queijos (qual das 3000 variedades levar), aos frescos (ume cenoura branca?? um tomate preto?? WTF!), às frutas (é tudo espanhol…), e aos cafs, etc… é um mundo novo… deve ser o correspondente ao Toy’r’us da criançada!
Mas bom post, foi bem apanhado ;)