Adoro a história que vos contar.
É a história de um empreendedor, Ricardo Alcerito Roque, que em 2009 cansado da vida de multinacional, decidiu que queria fazer bolachas. Deixou o emprego, e seguiu um sonho, que para muitos pode ser facilmente ridicularizado ou apontado como insanidade momentânea. Contra opiniões alheias, contra marés, ventos e outras adversidades, o momento em que se decide levar o projecto em diante é o momento em que a palavra coragem e empreendedorismo se definem ao mais alto nível.
A história continua, porque este empreendedor não queria fazer uma bolacha qualquer. Ele queria fazer stroopwafels! A mesma bolacha que dá nome a este blog. Para quem ainda não provou esta bolacha, é algo absolutamente estonteante de tão delicioso que é. E ao mesmo tempo dá-nos uma sensação de conforto, aquece o corpo e o espírito, mesmo contra as temperaturas mais negativas, especialmente se se fizer acompanhar de um café ou um chá, uma vez que o caramelo dentro da bolacha derrete ligeiramente e a intensidade da experiência aumenta.
É um dos símbolos da Holanda e encontra-se em todo o lado, desde supermercados, a lojas gourmet, a lojas de souvenires, a feiras e mesmo roulotes que as fazem quentinhas e em tamanho XXL. Estão por todo o lado, e para quem vem à Holanda, é fácil experimentar, e ficar positivamente marcado pela experiência. Quando vou a Portugal, é fácil fazer sucesso se levar um carregamento de stroopwafels para oferecer aos muitos fãs da bolacha por terras lusitanas.
Não sendo fácil encontrar stroopwafels em Portugal, imagino que no Brasil dada a distância geográfica, existisse uma oportunidade ainda mais interessante de mercado por explorar, e foi assim, que a ideia de fazer stroopwafels no mercado Brasileiro surgiu a este empreendedor.
Mas a parte mais difícil ainda vinha aí, que era convencer os guardiões holandeses da receita tradicional, a cederem a sua receita.
A sua origem data do século XVIII, quando a Companhia Holandesa das Índias Orientais possuía rotas comerciais como a da África do Sul, do Caríbe e da Indonésia, que possibilitavam trazer os ingredientes que fazem a bolacha: do Caribe o açúcar mascavo e da Indonésia a canela.
A primeira receita escrita, pertencente à um padeiro chamado Kamphuisen Gerard, que abriu uma padaria em Gouda em 1810, é datada de 1840. No final do século XIX havia mais de 100 produtores de stroopwafel na cidade de Gouda, que permaneceu como o único local de produção da bolacha até 1870.
A partir daí feiras e festivais por toda Holanda passaram a ter produtores de stroopwafels, os chamados bakkers. Cada bakker possui a sua receita tradicional que é transmitida há gerações. Os mais tradicionais não entregam este segredo por nada, o que faz com que haja diferenças significativas entre os sabores de diferentes produtores. A cidade de Gouda, ainda hoje permanece como um forte sagrado da bolacha e do queijo!
Ricardo, depois de ter convencido, um produtor Holandês de uma aldeia chamada Capelle aan den IJssel, ao sul de Gouda, voltou ao Brasil e abre assim a empresa, com mais um sócio: A Sobremesas do Mundo com sede em São Paulo.
Boas notícias para os meus amigos de São Paulo! Já não precisam de vir ao velho continente para saborear uma stroopwafel e um cafézinho! Mais, a empresa, para além da receita tradicional apostou em algo, que eu não consigo encontrar mesmo estando aqui na Holanda – stroopwafel tropical com a sabor a banana! Que inveja, porque deve ser absolutamente deliciosa!
Para saberem mais sobre a empresa, sobre o processo de produção que é praticamente todo artesanal, e sobre o próprio negócio, dêem uma olhadela:
Tot ziens e boas aventuras gastronómicas!
Fonte e Fotografias: Sobremesas do Mundo
O blog está muito bom, cheio de notícias interessantes e originais que cruzam a tua vivência com locais, pessoas e outros elementos característicos do meio.
Parabéns!
Obrigada José Tiago! :) Grande boost de motivação que me acabaste de dar para continuar aqui com o estaminé :) Um beijinho!
[…] blog Espresso and Stroopwafel postou uma avaliação muito legal da nossa empresa, […]
Adoro estas bolachas! Costumava comprar no Continente. Infelizmente, um pacote desaparece num ápice… :)
[…] Lembram-se do post sobre a empresa Sobremesas do Mundo? […]
[…] Apesar da gastronomia Holandesa não ser famosa, as cidades gostam de puxar pela sua criatividade e capacidades de Marketing no que toca a promover as especialidades locais. Por exemplo, Gouda e o famoso Queijo (já para nao falar das minhas queridas Stroopwafles) […]
Estive há pouco tempo na holanda e adorei estas bolachas!!! é pena que em portugal não consiga encontrar!!!!!!! quando lá voltar trago uma mala cheio de pacotes!
beijinhos
São mesmo boas! :) Sabes que às vezes o Lidl tem stroopwafels? A minha avó que tb é uma fã, já as encontrou por lá :)