Já estava na agenda há algum tempo visitar o Hermitage em Amsterdam e ver a exposição sobre a Rota da Seda. As expectativas que tinha para a visita foram ultrapassadas. A exposição é uma viagem pelo tempo desde a China antiga até Constantinopla, através de objectos que foram descobertos em várias expedições arqueológicas Russas.
Estes objectos saíram pela primeira vez do Hermitage Russo especialmente para esta exposição em Amsterdam. Infelizmente não se pode tirar fotos dentro da exposição, portanto não tenho muito para mostrar aqui no blog.
Aquilo que mais me impressionou foi a forma como a exposição está organizada. O visitante pode escolher fazer a Rota da Seda do Oriente para Ocidente ou vice-versa: assim a descoberta das várias cidades, povos e culturas que contribuíram para o sucesso económico e cultural desta Rota começa ou acaba na China.
Na Rota da Seda não se trocava apenas a preciosa Seda proveniente da China, mas também ideias e cultura, e serviu para disseminar o Budismo enquanto religião ou filosofia. Podem-se ver estátuas e mandalas tibetanas, e sentir o ambiente de mosteiro, que providenciava um porto seguro às caravanas de camelos e dromedários. Os riscos envolvidos nestas expedições eram enormes, mas os benefícios desta intricada rede comercial eram enormes. Apenas quando os Portugueses descobriram como dobrar o Cabo das Tormentas, é que a Rota da Seda por terra perdeu a sua importância comercial.
Por essa altura, o segredo da produção da seda, já não era um segredo confinado à China, e os preços deste tecido tornou-se mais acessível.
A exposição vai estar no Hermitage até 5 de Setembro e vale, na minha singela opinião, uma visita, sobretudo porque passa por geografias e objectos que não estão normalmente disponíveis aos nossos olhos.
Para quem não pode vir até Amsterdam para visitar a exposição, fica aqui este curto vídeo, que também foi incluido na exposição, e que explica o papel da Rota da Seda.