Fomos dar um passeio em jeito de celebração do meu aniversário a Roma! Acordei um ano mais velha numa das cidades mais antigas do mundo, para colocar em perspectiva isto do avançar da idade. Foram 4 dias de muito passeio entre as paisagens do Coliseu, do Fórum Romano, do Vaticano e das muitas magníficas Igrejas e das belas galerias de arte. Cheguei à conclusão que envelhecer também as suas coisas magníficas!
Foram também 4 dias dedicados a tirar a barriga de misérias! A Holanda em nada pode competir em termos gastronómicos com os países mais a Sul da Europa. Se no primeiro dia tive que me habituar às grandes porções de comida e tive que desapertar um (ou dois!) botão das calças, nos dias seguintes já era com naturalidade que enfrentava mais um prato de massa ou pedia mais uma entrada de queijo e enchidos. O meu resumo de Felicidade portanto!
A paisagem também não tem nada a ver com a Holandesa. Roma como Lisboa, também vive sob 7 colinas, e até as suas árvores se aproximam das Portuguesas – matei saudades dos pinheiros mansos, das oliveiras e dos eucaliptos. Para dizer a verdade, deu-me uma nostalgia imensa ao ver os pinheiros mansos, talvez por estarmos perto do Natal, e por me ter apercebido que aqui na Holanda não os vejo, nem sinto aquele cheirinho a pinho que gosto tanto no Natal.
Bicicletas nem vê-las, com uma ou duas honrosas excepções numa das zonas da cidade mais alternativas e mais “hipster”. A norma são as scooters.
E acompanhei um espresso, não com uma stroopwafel, mas com um belo gelado italiano de São Crispino!
Enfim, neste curto fim-de-semana, aproximei-me aos poucos e poucos de Lisboa, e afastei-me da Holanda através da forma de estar dos italianos, na paisagem, na comida e até na visão dos comboios grafitados e das ruas menos organizadas de Roma.
Mas num momento inesperado dei de caras com Utrecht e com a Holanda na cidade de Caravaggio, Bernini e Michel Angelo. Numa das galerias mais famosas de Roma – Galleria Borghese – lá estavam pendurados vários quadros de pintores de Utrecht, que caíram nas boas graças da família Borghese e que viveram uma temporada em Roma.
Aprenderam com os grandes mestres italianos, incluíndo o famoso e mal-afamado Caravaggio e eventualmente voltaram para Utrecht no início do século XVII, para iniciar uma nova estética na Holanda: o Caravaggismo de Utrecht. Muitos dos quadros deles podem ser vistos no Museu Centraal de Utrecht ou no Rijksmuseum, mas até hoje não lhes tinha prestado atenção nenhuma.
Estes pintores foram os percursores da linha artística que alimentou o génio de Rembrandt e toda a estética que tornou a Holanda famosa no século XVII, e que entra olhos a dentro, de uma forma ou de outra, a quem aqui vive.
De repente estava novamente perto da Holanda e lembrei-me que por muito grandes que sejam as diferenças que nos separam há sempre pequenas pontes e ligações que unem realidades distintas. Basta estar atento para as descobrir…
Assim ao voltar do meu fim-de-semana, comecei a pesquisar que outras semelhanças poderia eu encontrar entre a Roma e Utrecht (ou a Holanda em geral para não ser picuinhas). E não e que há um site inteirinho dedicado ao tema da influência Holandesa em Roma e vice-versa?
E assim, começa outra viagem para a qual não é preciso sair de onde estou!
Roma linda! Seja a Roma ou não , um dia tenho que ir à Italia :)
[…] entanto, mais uma volta do destino impõe que, após a morte do Papa Leo X, Adriaan fosse chamado a Roma e aclamado como o novo […]