Eu bem sei que se não houvesse quem criasse rupturas e desafiasse os conceitos de beleza vigentes ainda hoje estaríamos a usar vestidos volumosos, cheios de folhos e espartilhos.
Na moda e na arte é preciso cortar com estéticas vigentes: reduz-se o tamanho das saias, luta-se para que as mulheres possam usar calças e diz-se que os homens podem usar meias coloridas sem que nenhum mal venha ao mundo.
E também se sabe que todos aqueles que ousam cortar com o estabelecido e propor novas coisas, vão eventualmente chocar e ser acusados de destruírem o que de belo há no mundo. O papel do artista é esse mesmo – encontrar novas coisas a que se possa chamar de belo. Porque verdade seja dita, o que hoje é feio, pode ser amanhã a coisa mais bonita e mais desejada do universo. Em termos gerais da evolução da moda, temos muito a agradecer a todos estes artistas que criaram mais liberdade estética para sermos quem queremos ser.
Pois bem, sei de tudo isto, que o choque é normal, que a ruptura faz parte do processo.
Mas depois vejo coisas que simplesmente me parecem parvas. E não consigo deixar de pensar qual é linha que divide a arte do simples disparate?
Chamam-lhe uma nova tendência – a moda inspirada em monstros, em jogos de computador e avatares. Estudantes de moda e artistas, assumem o seu papel de ruptura e expõem as suas criações “monstruosas” avant-garde.
Estarei eu armada uma conservadora victoriana de espartilho que não quer abrir a mente a novas possibilidades? Ou é isto algo simplesmente parvo, mesmo estando exposto num museu?
Não será totalmente disparatado se der para trocar umas ideias sobre o assunto e soltar umas gargalhadas. E vai estar mais uns meses no Museu Central de Utrecht
Soltar umas gargalhadas…. For sure!!!! :D