Ontem foi dia de descobrir o trabalho de Edward Steichen para a Vogue e Vanity Fair no FOAM em Amsterdam.
Enquanto fotógrafo de moda e retratista de personalidades, Steichen estabeleceu os princípios que ainda hoje guiam a fotografia de moda. Nascido no Luxemburgo e tendo ido cedo para os Estados Unidos, liderou a grande revolução que aconteceu nas revistas de moda a partir dos anos 30: o abandono da ilustração em substituição pela fotografia. Em 1930 o grupo Condé Nast, detentores da Vogue e da Vanity Fair, gastavam 100.000 dólares em ilustração e apenas 40.000 dólares em fotografia.Uma década depois este rácio estava invertido.
Steichen compreendeu que a fotografia era o futuro e que arte e negócio podiam andar de mãos dadas. Enquanto artista fez questão de assinar todas as fotografias que produziu para estas revistas, decisão essa que na altura era altamente controversa, tendo lhe sido proposto que omitisse o seu nome da publicação, para não manchar a sua reputação enquanto artista. Hoje fotografar para a Vogue é a consagração de um fotógrafo.
Fotografou personalidades como Charlie Chaplin, Marlene Dietrich, Churchil, Greta Garbo, Joan Crawford entre muitas outras.
As fotografias que estão na exposição no FOAM são belíssimas, especialmente as de moda. Apresentam-nos mulheres bonitas, em posturas fortes e direitas com roupa absolutamente deslumbrante das marcas que estavam a ser promovidas na altura, entre elas Chanel e Lanvin. A forma como Steichen fotografa roupa é sublime, a luz, o cenário, a pose da modelo salientam os pontos fortes da roupa não só de uma perspectiva técnica, mas evocando também uma história por detrás da roupa e que evoca desejos de consumo.
Se tiverem oportunidade de passar por Amsterdam, a exposição estará até 6 de Setembro no FOAM e recomendo sem hesitação a todos os que gostam de moda ou fotografia.