O Rijksmuseum é o Louvre da Holanda. Em Maio deste ano, após 10 anos de restauro abriu com toda a pompa e circunstância, e agora compete de forma mais vigorosa com os museus mais importantes da Europa, tanto em beleza como na importância da colecção. É casa de obras de Rembrandt, Vermeer e Van Gogh e outros tantos pintores holandeses conhecidos.
Desde que cheguei à Holanda que tinha vontade em ir visitá-lo, mas face à eminência da grande reabertura, fui sempre adiando para uma próxima vez. Este fim-de-semana não deixámos escapar a oportunidade e lá fomos nós passear a Amsterdam.
Comprámos os bilhetes para o museu com audio guia incluído pela internet, e na realidade aconselho a qualquer pessoa que venha visitar museus aqui que veja sempre antes pela net se há opção de comprar online, isto porque assim evitam possíveis filas e a entrada é quase directa. Os bilhetes para o Rijksmuseum não são de todo baratos, mas ficaram mais em conta com um desconto a que tínhamos direito de 50%. Vale a pena verificar sempre os descontos dos museus, porque há boas opções que tornam bastante mais em conta este programa.
Apesar de ser Sábado e do museu estar cheio, a entrada foi surpreendentemente suave e calma, sem filas nem esperas. O átrio principal de entrada para o Museu é magnífico e é no fundo o ponto de ligação entre os vários pisos e as várias colecções. É também ali que se podem levantar os audio-guias e pedir orientações sobre como encontrar pontos particulares do museu.
Apesar de não terem audio-guias em Português, foi uma agradável surpresa descobrimos que o audio-guia do Rijks é mais do que um simples explicador das obras que vamos vendo aleatoriamente ao longo do museu. O sistema de audio-guias do Rijksmuseum oferece ao visitante uma aplicação que conforme o tempo que se quer ficar no museu e o que quer ver, nos guia literalmente com mapas, instruções e orientações sobre qual obra ver a seguir. Assim, como queríamos ter uma ideia geral das peças mais importantes do museu escolhemos uma visita guiada de 90 minutos chamada “Pontos Principais”.
E esta visita guiada começa pela nata do museu: a colecção de arte Holandesa do século XVII. Nada mais do que o século dourado da Holanda, o tempo das grandes riquezas e dos grandes triunfos de navegação. E essas riquezas exprimiam-se através da arte, que nesse século na Holanda, passou a ser encomendada pela elite da sociedade. É a época de Rembrandt e do seu muito famoso quadro “Night’s Watch” em que o artista pintou a elite de Amsterdam que formava a milícia armada da cidade. De facto esta é a obra mais aclamada e procurada do museu, que ocupa o ponto central de uma ampla galeria, sendo impossível não reparar na horda de pessoas que se junta de volta do quadro.
É também o período de Vermeer. E aqui estão 3 quadros dele, sendo a “Milk lady”, ou a Rapariga do Leite, um dos mais conhecidos, e que também faz as delícias de muitos dos visitantes. É de facto irónico pensar que Vermeer morreu na miséria e desconhecido, e agora 300 anos depois existe uma multidão de fãs incondicionais da sua técnica depurada e da sua atenção para o detalhe. No post sobre Delft, onde Vermeer é originário, falo um pouco mais sobre a sua obra.
Depois há quadros surpreendentes. O miúdo gordo foi um dos que mais gostei. O símbolo do novo riquismo, pretensioso e mimado dos jovens nascidos em famílias abastadas nesta altura, que usavam a arte como o símbolo da sua riqueza. Hoje não acontecerá um pouco o mesmo?
Paisagens Holandesas, embarcações e odes aos descobrimentos holandeses – encontra-se de tudo um pouco nesta época dourada. Obviamente que existem outros períodos históricos muito interessantes neste museu, mas o século XVII é rei e senhor aqui.
Como gosto muito de arte Oriental, também me deixei ficar algum tempo mais, na parte da exposição dedicada ao Japão, Índia e Indonésia, onde os Holandeses desenvolveram ligações comerciais.
Uma das peças em destaque e que mais me impressionou são duas estátuas Japonesas do século XIV que estavam à porta de um templo. Com um porte imponente, cheio de movimento e tensão muscular, são guardiões da pureza do templo e o seu objectivo é afastar a estupidez e maus sentimentos de quem entra no templo. Será que funcionava? Se sim, era uma boa ideia espalhar estátuas destas por aí…
Neste ponto exacto, entre estas duas estátuas, a nossa visita guiada áudio terminou.
E logo ali ficamos com a impressão de que se trata de uma visita muito bem estruturada, e apesar de termos deixado para trás imensas obras do museu, pareceu-nos uma excelente introdução Rijksmuseum. Afinal se quiséssemos ver tudo só sairíamos de lá passado uma semana! Existem outras visitas no guia áudio que também devem valer a pena (umas mais longas e outras mais curtas), que focam não só arte nas paredes, mas na própria arte de construção do edifício que é a casa a este museu. A explorar talvez noutra oportunidade.
E vocês, já foram ao Rijksmuseum? Impressões? Quais foram as obras ou pintores que mais vos marcaram?
A quem não foi aconselho vivamente que um dia possam lá passar e podem ter toda a informação que precisam exactamente aqui.
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