A passadeira mesmo no centro da cidade de Utrecht foi pintada de todas as cores do arco-íris para receber um Sábado Cor-de-Rosa!
Mesmo na entrada da cidade era impossível não reparar nas ruas enfeitadas com balões cor-de-rosa, bandeiras arco-íris e homens e mulheres vestidos de cor-de-rosa a passear pela cidade. Só aí nos apercebemos da dimensão do evento que ia acontecer durante o dia de hoje na cidade. Já tínhamos lido algo sobre o evento na agenda cultural da cidade, mas estávamos longe de imaginar que seria assim tão grande.
Grande ao ponto da maior torre da cidade – a Dom Toren – torre de uma antiga e imponente Igreja Católica, que se tornou depois Protestante, ter no seu topo a bandeira Gay junto à bandeira Holandesa.
Costuma-se dizer que na vida nada é só preto ou branco: existem pelo menos um número infinito de variações de cinzento pelo meio que é preciso abraçar. A liberdade para escolhermos a nossa própria cor e a nossa própria identidade foi o motivo central do dia de hoje, palco de um maiores eventos gays da Holanda – o Roze Zaterdag!
Soubemos depois que eram esperados mais de 80.000 visitantes à cidade para este evento, que foi criado pela primeira vez em 1978 em Amsterdam, e que desde então tem sido anual. Apesar de normalmente acontecer em Amsterdam, esta foi a terceira vez que o evento foi organizado na cidade de Utrecht.
Depois de estacionarmos as bicicletas, e enquanto nos dirigíamos para a feira onde vamos fazer as nossas compras semanais, vimos famílias heterossexuais, famílias homossexuais, amigas, amigos, crianças, velhos e novos a vestir cor-de-rosa. Vimos ruas inteiras enfeitadas de cor-de-rosa. Montras pintadas e lojas com artigos cor-de-rosa à mostra. E actividades que se centravam na comunidade como um todo, e não apenas na comunidade gay: concertos, feiras de produtos de artesanato, desporto e actividades para crianças.
Será que é isto a que se referem quando dizem que a Holanda é um dos países mais tolerantes do mundo?
Porque honestamente fiquei muito impressionada com a forma como o evento foi organizado para a comunidade, para as pessoas que vivem na cidade e para quem vinha visitá-la, seja gay ou não. Não era um evento de oposição, de demonstração de orgulho, de choque entre modernismo e preconceito. Era mais encontro e celebração da pluralidade da expressão do Amor.
Pelo que pudemos ver o dia de hoje foi simplesmente uma festa calma, bem organizada, para toda a gente, que celebra e relembra a importância da liberdade para escolher a cor que mais gostamos para pintar o Amor que sentimos.
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