Nos tempos que correm, com o aproximar do Solstício, os dias na Holanda parecem não querer acabar. 11 da noite e o corpo começa a pedir descanso, mas permanece irrequieto por ainda estar tanta luz no ar. O corpo pede descanso, mas não se quer deixar vencer enquanto houver vida lá fora. Assim, o tempo passa num instante, e à meia noite ainda se sente que é dia, mas as horas vão longas e é preciso de uma forma ou outra descansar. Tenta-se fechar a cortina o mais assertivamente que se consegue para não deixar a luz entrar, mas a ausência de estores na maioria das casas Holandesas não o permite.
É forçoso adormecer simplesmente pelo hábito imposto pelo tic-tac do relógio e pelo sentido prático que vem do conhecimento que amanhã é dia de acordar cedo.
Mas passado pouco tempo deste sono forçado e irrequieto, somos arrancados novamente para a luz do dia. Os primeiros raios de Sol irrompem casa a dentro e não nos deixam esquecer que está amanhecer e que é um novo dia. Com sono, cansados, mas alegres.
Há uma alegria implícita perante a presença constante de tanta luz. Alegria e alguma paz de espírito é sentimento que acompanha estes dias que não nos querem abandonar. Tudo é maior, tudo é melhor. Será que este sentimento se deve a tantos dias de Inverno curtos, cinzentos e mal-humorados?
Quem sabe, mas eu não quero saber, são 23h da Noite, mas na minha varanda ainda é de Dia.