Nova Zembla, do realizador Reinout Oerlemans, é o tipo de filme que os Portugueses podiam fazer aos pontapés e muito melhor.
No fundo retrata um episódio específico da também grandiosa história das Descobertas Holandesas, em que os Holandeses tentaram ultrapassar os Portugueses e os Espanhóis no seu papel do comércio mundial no século XVI, tentando descobrir uma nova rota para o Oriente. Enquanto nós íamos para a Índia via sul através do Oceano Atlântico e dobrando o Cabo da Boa Esperança, os Holandeses, para evitar essa rota que era dominada pelos Portugueses, tiveram um dia, a não tão brilhante ideia de ir pelo Pólo Norte. A história da viagem, da expedição e das suas aventuras é o argumento do filme.
O filme estreou em Novembro de 2011 e esteve em muitas salas de cinema por aqui, não esquecendo que foi a primeira grande produção holandesa a fazer um filme em 3D, e com este enquadramento sinceramente até-me parecia uma história de aventuras interessante, com um pouco de história à mistura. No entanto apesar do início e do trailer promissor, as aventuras da expedição Holandesa tem um final abrupto quando o barco fica preso no gelo um Inverno inteiro.
Ora bem, ficar preso no gelo um Inverno inteiro e sobreviver dentro de uma tenda a racionamento (não queria ser spoiler, mas teve que ser) é um evento histórico impressionante, mas transformar isso num argumento e num filme de acção interessante pode ser mais desafiante. Afinal a maior parte da acção acontece quando os navegadores estão presos no gelo, entregues ao frio e aos ursos polares, criaturas essas, que de fofinhas afinal não tem nada.
Como é que o realizador tentou resolver o assunto? Com uma história de amor. Não uma história de amor qualquer, uma história de amor com a super modelo mais conhecida da Holanda: Doutzen Kroes, Angel da Vicoria Secret’s. Na sua estreia em representação, Doutzen, gira que se farta, abraçou o papel de ser gira que se farta com naturalidade, mas limitou-se a isso. Ahh, estou a ser injusta, Doutzen usou um espartilho impressionantemente apertado, o que também não é para qualquer uma. Assim, são muitas vezes, que enquanto preso no gelo, a personagem principal na expedição se refugia na visão e na fantasia “caliente” da personagem de Doutzen Kroes.
E bom, é isto.
Quer dizer, não é pouco: é uma produção ambiciosa, cheio de grandes actores e celebridades, mas que fica muito aquém. Apesar de não perderem o vosso tempo se decidirem ver o filme, não aquece nem arrefece. No entanto, não pude deixar de pensar que podia ser um género de filme para o qual nós Portugueses teríamos argumentos e histórias com fartura para contar, e talvez bem mais interessantes.
Na avaliação do Video Clube Amsterdam este filme fica-se por umas bitterbalen bem fritinhas, para acompanhar com uma cerveja.
Cotação Video Club Amsterdam
1 – Zwart-Wit Dropjes
2- Stampot
3- Bitterbalen
4 – Queijo Gouda
5 – Espresso and Stroopwafel