Rato de biblioteca, diz-se do investigador que anda sempre metido em livrarias e arquivos. É isto que eu corro o risco de me tornar durante os próximos meses.
Tenho uma biblioteca a 5 minutos de casa, e entenda-se por biblioteca um sítio onde não só se podem consultar livros, mas também dvd’s, blue-rays, cd’s, revistas, jornais, discos, banda desenhada, livros de aprendizagem da língua, livros infantis, isto e mais um par de botas, e trazê-los para casa durante períodos longos. Ainda aceder à internet, a computadores e a salas de estudo.
O que não é exactamente diferente do que acontecia em Portugal, onde também tenho uma biblioteca a 5 minutos de casa, mas aqui existem alguns factores que me poderão incentivar bastante mais a usufruir do sistema de bibliotecas do que antes, nomeadamente:
- O espaço não abunda em casa, e mantermos-nos leves de bric-à-brac, livros, dvd’s e afins é muito importante
- Poupar é mesmo importante neste momento
- Mais livros e outros recursos para aprender Holandês vêm sempre a calhar
- Existem no total 15 bibliotecas na cidade de Utrecht, e podemos gerir todas as requisições pela internet, num sistema bastante self-service e fácil
Isto tudo reunido são boas razões para ir mais vezes à Biblioteca. No entanto, para além destas boas razões, há uma outra sobre a qual tenho reflectido desde que fiz a inscrição no sistema de bibliotecas, que é: para requisitar sem limites livros, dvd’s e afins aqui paga-se uma anualidade de cerca de 45€.
Em Portugal todo o acesso é grátis, e será por ser tão gratuito e tão acessível, que pouca gente o valoriza e o utiliza? Será que pagar uma anualidade, seja ela de que valor for, nos faz sentir que devemos realmente usufruir do serviço? Pagar torna algo mais precioso? Não devia ser assim, mas na verdade, por ter pago este valor sinto que devo mesmo dar bom uso aos recursos que tenho disponíveis.
O acesso grátis a cultura é um ponto fundamental, que aqui fica ligeiramente posto em causa, uma vez que apenas para requisitar é que nos temos que fazer sócios. As Bibliotecas continuam abertas e grátis, para quem simplesmente queira estar a ler ou a estudar, mas diria que nem todos têm essa disponibilidade.
Sendo assim, podia ser este um modelo para trazer receita adicional que equilibrasse os custos de manter estruturas destas a funcionar? Apesar de aqui haver um esforço de self-service grande, em que por exemplo, toda a requisição e entrega de livros é gerida pelo cidadão, é fácil apercebermos-nos que existe uma estrutura relativamente grande de pessoas na organização e manutenção da rede de 15 bibliotecas.
Bom reflexão e ideias soltas à parte, estou muito feliz com o facto de poder oficialmente aceder a livros, dvd’s, e afins, praticamente grátis! Vou estrear-me com um filme que queria ver há muito tempo o Into the Wild!
Tot ziens, que é como quem diz, até já!